* Artigo escrito por Bruna Zanotto, Healthcare Business Analyst da UpFlux Process Mining.
Como Healthcare Business Analyst estou sempre atenta às novas necessidades e metodologias que surgem no setor de saúde para auxiliar na implementação e criação de soluções que supram esses gaps do mercado. O protocolo multimodal é uma dessas metodologias que auxiliam no processo de recuperação do paciente, estabelecendo regras para que o melhor atendimento seja proporcionado.
Nesse artigo irei explicar sobre esse protocolo e como a tecnologia pode auxiliar as equipes a entregarem a melhor assistência ao paciente. Vamos lá?
O que é o Protocolo Multimodal?
O protocolo multimodal em cirurgia trata-se de uma abordagem multidisciplinar que visa acelerar a recuperação pós-operatória, com o objetivo de diminuir a morbidade, mortalidade e tempo de internação hospitalar.
Na Europa e Estamos Unidos tal iniciativa é conduzida pelo grupo de pesquisa ERAS (“Enhanced Recovery After Surgery” (ERAS)) desde o final da década de 90. No Brasil, as iniciativas se concentram no conhecido projeto ACERTO (ACEleração da Recuperação TOtal pós-operatória) e segue caminho semelhante com a realização de eventos e suporte para implementação do programa.
Por que ele é importante?
Entendo que a importância da implantação do protocolo multimodal se pauta no fato de ser possível conhecermos os marcadores das linhas cirúrgicas e de justificarmos a variabilidade do cuidado e manejo clínico. Os dados sugerem que esses caminhos produzem não apenas melhorias no resultado clínico e na qualidade do atendimento, mas também economias de custos significativas.
A implementação, no entanto, tem sido lenta porque desafia a doutrina cirúrgica tradicional e exige captação e monitoração de dados de forma constante e ativa. Afinal de contas, o sucesso de uma boa implantação está também em como garantir a sustentabilidade de tamanho programa. E é nesse caso que precisamos que tratar a tecnologia como uma aliada.
Para a criação de um protocolo multimodal e para torná-lo atuante é importante questionarmos o status-quo do atual modelo de trabalho para entender qual é a trajetória que os pacientes fazem dentro da instituição. Dessa forma, temos a oportunidade de descobrir que a trajetória do paciente, de fato, não é linear, mas existem variantes positivas e negativas que impactam no meu resultado e que preciso ter conhecimento sobre.
Já no dia a dia, a concepção do protocolo multimodal é evitar que sejamos reativos aos eventos que acontecem com o paciente. Uma solução tecnológica precisa ser capaz de gerenciar os pacientes em tempo real, direcionando os esforços da equipe para o que for prioritário naquele momento. Um modelo de alertas e violações orienta ao recurso especializado quais recomendações do protocolo foram violadas, permitindo atuação proativa da equipe assistencial.
E finalmente, é preciso conseguir monitorar periodicamente se o objetivo das ações tem sido atingido, se toda nova reestruturação de trabalho da equipe e modelo de ativação geram esforços efetivos para a manutenção do programa.
O protocolo multimodal, mais uma vez, reforça que o papel como tecnologia não é substituir trabalho humano, mas sim direcionar e alocar esse recurso tão especializado da melhor forma. O usuário, seja ele estando numa cadeira de gestor ou na linha de frente do cuidado precisa conseguir olhar para o dado e saber ONDE e COMO agir, por onde começar.
O processo contempla esses três pilares:
- DESCOBRIR a jornada do paciente na organização;
- AGIR de maneira priorizada e proativa, focada no benefício e segurança do paciente e finalmente;
- MONITORAR, poucas métricas, mas que dizem se estou sendo efetivo ou não nas minhas ações.
O envolvimento de uma ou mais lideranças, a valorização da evidência, vontade política, e trabalho em grupo, quando aliada ao uso assertivo da tecnologia, traz um resultado significativo para o hospital e para o paciente. Você realiza essas ações na sua instituição?
Aqui na UpFlux desenvolvemos soluções que conseguem auxiliar nesse cenário, agregando mais segurança ao tratamento do paciente e melhorando sua experiência com a organização. Conheça um pouco mais sobre a tecnologia UpFlux em www.upflux.net.
Por Bruna Zanotto
Graduada em Farmácia e Mestre em Epidemiologia pela UFPR. Atuo em projetos envolvendo avaliação, gestão e inovação na saúde, tendo interesse principalmente os princípios de gestão baseada em valor, análise de custos utilizando o método de custeio baseado em atividades e tempo (TDABC), e uso de dados para redesenho de processos em saúde.